terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

São Paulo: caos, férias, Larissa.


Acabo de chegar de uma viagem de um mês a São Paulo. Sou apaixonada por essa capital, pela diversidade, pelas atrações culturais, passeios e atividades que não se fazem em nenhum outro lugar do país. Porém, fui a São Paulo em uma época de reflexões. Nunca tinha parado para analisar as contradições da maior cidade da América Latina.

Durante o mês que passei lá, estive hospedada na casa de parentes que moram em um bairro considerado nobre, e, sendo assim, durante esse tempo de férias, vi as enchentes que tornaram São Paulo um caos, apenas pela televisão. Recebia ligações da minha mãe preocupada, perguntando se estava tudo bem, enquanto por lá não vi, sequer, uma daquelas cenas assustadoras que passavam no jornal.

São Paulo teve o janeiro mais chuvoso dos últimos 63 anos, e registrou 481,3 mm de chuva no Mirante de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O número de mortos vítimas da chuva no estado de São Paulo passou de 70 e a cidade entrou em estado constante de alerta. Muita se especulou sobre os culpados e as soluções para o transtorno. Muito eu vi e ouvi de pessoas que reclamavam da falta de espaço da cidade, da ocupação irregular, da estrtutura de sanemamento, mas ao mesmo tempo que ouvia essas reclamações, vi pessoas que jogavam lixo na rua, sem entender que atitudes como essas ajudaram a gerar o estado em que a cidade se encontrava.

Ficava me perguntando como era estranho uma parcela da população estar desabrigada, ter perdido tudo, inclusive parentes, enquanto outros assistiam tudo em canais de notícias de suas tvs por assinatura em suas casas em condomínios fechados. A diferença social impera. E com isso descobri que a minha capital dos sonhos, só é assim pra quem tem dinheiro.

Literalmente pra quem tem dinheiro, já que um cinema chega a custar R$32, e pra ir ao cinema você tem que estacionar seu carro no estacionamento do shopping, que custa R$14, as duas primeiras horas. Os famosos barzinhos da Vila Madalena são tudo e mais um pouco do que se fala, só não nos contaram que existe um vallet a cada esquina cobrando em média R$15 pra estacionar seu carro... na rua!

O Museu do Futebol é incrível. Mesmo os que não são adeptos do esporte se fascinam com um lugar tão bem elaborado, que fica no Estádio do Pacaembu. Porém nem todo mundo pode levar a família em um lugar em que o estacionamento custa R$15, mais R$6 a entrada.

Os teatros, então, são um caso a parte. Entradas caríssimas, que querendo ou não, selecionam o público. Para completar temos museus de arte, parques de diversão, shows, todos esses, passeios inesquecíveis, pela diversão, pela beleza e pelos preços absurdos.

Quem sai de férias sabe que vai ser assim e se programa para gastar com passeios, mas penso na população que mora em São Paulo e nunca teve e nem terá a oportunidade de vivenciar o que a cidade tem de melhor.

São Paulo continua sendo a cidade dos sonhos, porém, para seus moradores esses sonhos deveriam se transformar em realidade.


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