quinta-feira, 17 de junho de 2010

2015

Todo processo que tenha como objetivo definir uma realidade futura e imprecisa é complicado e arriscado por sua própria natureza. Tratando-se de uma esfera de conhecimento tão baseada em conjunturas e incertezas, como a economia, este desafio somente se amplia. Visto isso, tecer uma abordagem sobre a realidade da economia de Porto Velho daqui a cinco anos, ou seja, em 2015, é quase uma odisséia.

Sob nosso olhar vulgar, acreditamos que em 2015, Porto Velho continue a viver um nível de crescimento econômico acima da média nacional, fato este que sozinho já seria positivo, pois usamos como parâmetro pra tal afirmação a avaliação de que o país passa por um longo período de crescimento e que, o mesmo ainda não chegou ao seu auge, o que provavelmente possa estar acontecendo por volta de 2015, tornando a afirmação de que nossa capital estará acima da média nacional ainda mais otimista. Esse nosso exagerado otimismo em relação ao nosso futuro econômico pode ser justificado.

Compreendemos que os agentes que ajudam a produzir, em consonância com o ambiente nacional e a sensível melhora do ambiente internacional, o nosso atual ciclo de desenvolvimento ainda estarão presentes em 2015, com maior ou menor intensidade do que hoje, mas de toda forma aqui estarão; Entendemos como agentes protagonistas desse ciclo positivo:

1) As duas usinas do Madeira com o seu investimento calculado na casa de trinta bilhões de reais e o provável prolongamento desta obra com a implantação de duas eclusas para tornar o rio Madeira navegável em toda a sua extensão e implantando o projeto de alternativa de transporte comercial via hidrovia Madeira-Amazonas;

2) As grandes obras já alocadas no orçamento da União – saneamento básico da Capital, reforma e manutenção da BR-364, asfaltamento e recuperação da BR-439, a linha férrea que pode vir a atingir Vilhena, a prevista ampliação do Porto de Porto Velho, as ponte sobre o Rio Madeira (BR-319), o término da BR-319, nos ligando até Manaus – capital do Estado do Amazonas, e conclusão do ousado projeto da estrada para o oceano Pacífico.

Tais empreendimentos ainda são somados a outros projetos gigantescos em habitação, já planejados e em início de execução, tendo como fonte de financiamento o programa “Minha Casa, Minha Vida” e a sua ampliação decorrente da segunda fase, que contempla no mínimo 5 mil unidades para o estado de Rondônia e duas mil para nossa capital.

No meio de tudo isso, ainda temos o aporte de recursos que a iniciativa privada vem fazendo, tais como: Porto Velho Shopping, estabelecimento de franquias nacionais em nossa cidade em diversas áreas e a possibilidade de em 2015 nós já termos nosso segundo shopping Center. Temos que lembrar que no vácuo da usina, implantaram-se aqui grandes grupos industriais, tais como Votorantim (indústria de cimentos) já em atuação, o grupo holandês Makro, a futura implantação do Carrefour e quiçá do Grupo Pão de Açúcar/Casas Bahia/Ponto Frio, a implantação de uma distribuidora Gerdau, além da recente chegada do grupo Araújo, de grande sucesso comercial em nosso estado vizinho do Acre. Ainda somamos o impacto positivo que a transposição dos servidores do poder executivo estadual aos quadros da união pode gerar: aumento da renda desses servidores, decorrida de quem sabe melhores salários na esfera federal e o principal a sobra de valores antes usados pelo governo do estado para pagar esses servidores e que agora poderão gerar um novo pacote de investimentos no estado ou aumento salarial pros servidores não atingidos pela transposição.

É importante lembrar que o amadurecimento da população do estado também motiva a economia. E isso está acontecendo em Rondônia, já que passamos por um boom do ensino superior, melhorando o nível e qualidade da população, tanto como habitantes, como prestadores de serviços.

Acreditamos, vulgarmente, é claro, que em 2015 estaremos vivendo um período no mínimo semelhante ao que vivemos hoje, porém, temos a certeza desse olhar ser um entendimento raso, de quem não é especialista nessa área do saber, mas que consegue compreender a realidade em seu entorno.